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A terapia celular surge como uma promissora estratégia de tratamento, conforme pesquisa publicada na Ophthalmology Times Europe.

Uma pesquisa inovadora publicada recentemente na renomada revista Ophthalmology Times Europe, realizada pela Dra. Fernanda Soubhia, presidente da Unioftal Oftalmologia e Plástica Ocular, e pelo Dr. Idiberto José Zotarelli Filho, professor e coordenador científico da Associação Brasileira de Nutrologia, traz novas esperanças para o tratamento de doenças oculares degenerativas.

As retinopatias isquêmicas, como a retinopatia diabética e a oclusão da veia retiniana, são as doenças oculares mais comuns em todo o mundo. Atualmente, os tratamentos de primeira linha são as terapias anti-VEGF, que bloqueiam as vias VEGF para melhorar a isquemia e a hipóxia retiniana. No entanto, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), que afeta cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, e as distrofias retinianas hereditárias, que resultam de 110 defeitos genéticos conhecidos, ainda não têm tratamento capaz de interromper ou reverter a progressão dessas doenças.

Os pesquisadores estão avaliando como a terapia celular pode contrariar essas doenças. Em uma revisão sistemática recente, os Drs. Soubhia e Zotarelli investigaram os principais achados clínicos quando células-tronco da medula óssea foram usadas para tratar a retinopatia isquêmica e a DMRI.

Os pesquisadores conduziram uma busca na literatura de março a junho de 2022 usando as palavras-chave: doenças oculares, retinopatias isquêmicas, degeneração macular relacionada à idade, terapia celular e célula-tronco da medula óssea. A qualidade das evidências nos estudos foi classificada como alta, moderada, baixa ou muito baixa, de acordo com o risco de viés de evidência, tamanho da amostra, clareza das comparações, precisão e consistência nos efeitos das análises.

Os pesquisadores explicaram que a medula óssea adulta contém células-tronco hematopoiéticas (CTHs) que podem ser divididas em subpopulações linhagem-positivas e linhagem-negativas, de acordo com o potencial para se diferenciar e formar elementos sanguíneos. A última contém células progenitoras, incluindo aquelas capazes de se tornar células endoteliais vasculares. Essas células podem responder a uma variedade de moléculas sinalizadoras e atingir locais de angiogênese na vasculatura periférica isquêmica, miocárdio ou áreas de lesão ocular induzida.

Os pesquisadores identificaram 235 artigos envolvendo retinite pigmentosa, degeneração macular e terapia com células-tronco da medula óssea. Destes, 51 foram avaliados; 28 estudos foram finalmente incluídos na revisão. Não foi identificado risco significativo de viés entre os estudos de pequeno porte.

Os Drs. Soubhia e Zotarelli concluíram que a injeção intravítrea de células-tronco derivadas da medula óssea em um paciente com sequelas de oclusão vascular retiniana é segura e viável para uso em humanos sem sinais de infecção, inflamação ou formação de tumor intraocular. Os efeitos do tratamento neurotrófico foram correlacionados com a preservação da vasculatura, sugerindo que as células-tronco derivadas da medula óssea podem tratar degenerações retinianas e vasculopatias que atualmente carecem de tratamento eficaz.

Esses achados representam um avanço significativo na busca por novos tratamentos para doenças oculares degenerativas e abrem novos caminhos para futuras pesquisas na área da oftalmologia. A terapia celular, como demonstrado neste estudo, tem o potencial de revolucionar a maneira como tratamos essas doenças e melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.

Intravitreal cell therapy as protection from degenerations: https://europe.ophthalmologytimes.com/view/intravitreal-stem-cell-therapy-protection-degenerations-eye